18 de março de 2013

Brazil-zil-zil...

São 8 da manhã em Andorra. Acabei de ver a foto de um carro lindo que publicou um amigo. Lembrei do quanto eu gostaria de ter um carro desses, e que seria moleza ter um, se custa 8.000€ na concessionária, eu deveria trabalhar uns 8 ou 9 meses pra comprá-lo, isso se eu não quisesse voltar pro Brasil. E se eu quisesse? Fui olhar na internet e o mesmo carro custa no mínimo 4 vezes o valor daqui, fazendo o cambio monetário e tudo. Dai eu pensei: Como o povo brasileiro sofre, luta, trabalha! São sim admiráveis. Tanto quanto os portugueses (deve ser ascendência). Fico sim, admirada e orgulhosa desse povo que não cansa, mas fico triste. Lá a gente trabalha tanto e mal chega pra pagar as contas. Não dá pra aspirar ter um carro legal sem ter que pagá-lo a vida toda, viajar periodicamente, comprar aquele telemóvel que acabou de sair... Se você vive no Brasil e consegue, sinta-se privilegiado. E isso é não é nada! Existem outras coisas mais importantes do que isso, que essa gente luta, mas não consegue como saúde digna, educação de qualidade, segurança e alimentação: Direito que todo cidadão deveria ter. Depois de ouvir na TV que o brasileiro é o povo mais feliz do mundo, eu não entendo porque. Por qual motivo?
Sei que todos nós somos dotados da mesma capacidade de raciocínio como seres humanos, porque é que assistem um país tão rico em muitos aspectos como esses caminhar rumo ao regresso nas mãos de quem só se importa consigo mesmo? No fundo faz parte da cultura brasileira; um tentando tirar vantagem do outro à qualquer preço. Não sei. Eu queria ter a força de pelo menos um milhão de meus irmãos pra colocar a cara nas ruas e tentar mudar isso. Sabendo que esse povo prefere fechar os olhos e continuar trabalhando que nem burro pra enriquecer os que já estão ricos, como muitos preferi migrar. Pretendo voltar pro Brasil sim! E prometo tentar mudar alguma coisa, ainda que eu seja o exército de uma mulher só, ainda que eu apanhe bastante da Polícia, porque é isso que acontece com quem tenta mudar as coisas por lá. São direitos tão excassos no Brasil, que a gente começa à tratar como privilégio quando os vê fora de solo brasileiro. Afinal, criei um novo conceito sobre ser cego: trabalhar a semana toda pegando ônibus lotado, pra ganhar uma merda, pra no final de semana beber uma cerveja, comer um churrasco com os amigos, falar de putaria, de como tirou vantagem de algum "trouxa" durante a semana e dizer: ESTÁ TUDO BEM!



Nenhum comentário:

Postar um comentário